A alimentação do cavalo de vaquejada

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A alimentação do cavalo de vaquejada

O cavalo Quarto de Milha passou a ser amplamente utilizado neste desporto por possuir a capacidade de rápida aceleração em curtas distâncias, devido à distribuição de suas fibras musculares, com baixa capacidade oxidativa e alta capacidade glicolítica.

 

Após a domesticação, o cavalo passou a ser utilizado em diversos segmentos, desde trabalhos em fazendas e policiamento até atividades de lazer, como equoterapias e esportes, como por exemplo: a Vaquejada – praticada tradicionalmente na região nordeste do país. O cavalo Quarto de Milha passou a ser amplamente utilizado neste desporto por possuir a capacidade de rápida aceleração em curtas distâncias, devido à distribuição de suas fibras musculares, com baixa capacidade oxidativa e alta capacidade glicolítica.

Quando comentamos sobre cavalos atletas de vaquejada, logo lembramos dos animais que exigem o máximo de seu desempenho. Uma pergunta se torna clara: Como conseguir os resultados esperados? A performance esportiva não dependerá de um único fator isolado, mas da interação de vários fatores, como: a genética, a criação, a doma racional, o treinamento adequado e o manejo alimentar e sanitário. Estes elementos, quando alinhados, podem fazer com que os equinos atinjam os melhores resultados nas competições, facilmente, demonstrando todo o seu potencial.

Em busca de suprir as exigências nutricionais destes atletas, é fundamental que a alimentação seja adaptada de acordo com a necessidade do equino. Deve ser fornecida de forma balanceada, sem deficiências e nem excessos, onde a água, o volumoso, o concentrado e o sal mineral devem estar presentes nas quantidades adequadas. Seguem abaixo alguns itens importantes:

· Para um cavalo de 500Kg em um trabalho muito intenso – onde se enquadram os cavalos de vaquejada – é necessária a ingestão diária de água, que varia em torno de 34,5 a 60 litros. Esta quantidade pode aumentar de acordo com a intensidade do esforço realizado e das influências do meio ambiente. Devemos ficar atentos a este suporte hídrico, que deverá ser de boa qualidade, pois a falta deste nutriente em 15% de sua reserva pode levar o equino a óbito;

· Quanto ao volumoso a necessidade em matéria seca (MS) varia em média de 0,5 a 2,5% do peso vivo (PV) por dia, sendo assim, a base alimentar do cavalo deve compor pelo menos 50% da sua dieta total e ser de boa qualidade, evitando desequilíbrios nutricionais e, consequente desenvolvimento de enfermidades, como a Osteodistrofia Fibrosa, popularmente conhecida por “Cara Inchada”. Um dos fatores predisponentes é o fornecimento de forragens ricas em um composto chamado ácido oxálico, que torna indisponível o cálcio da dieta, como por exemplo, a brachiaria humidícula e o cultivar dictyoneura. Outro grupo de gramíneas que apresentam as mesmas características são os panicum (mombaça, tanzania, massai). É preciso ficar atentos para algumas práticas de fornecimento, que devem anteceder o concentrado;

· Como se trata de animais de alto desempenho atlético, o concentrado deverá ter alto nível energético e estar balanceado com os demais nutrientes, atendendo sua necessidade diária dentro do intervalo de 0,5 a 1,5% do PV. O mesmo deve ser fornecido em várias refeições ao dia, não ultrapassando 2kg por vez, a fim de obter máximo aproveitamento e uma segurança alimentar, devido as particularidades do trato gastrointestinal dos equinos. Alguns cuidados devem ser tomados quanto ao fornecimento do concentrado, para que evite sobrecargas e distúrbios digestivos, como: não disponibilizar ao animal imediatamente antes ou após o exercício; não deixá-lo exposto por período prolongado no cocho e seguir rigorosamente os horários estabelecidos para o fornecimento do mesmo. Toda mudança de ração deve ser realizada de forma gradual;

· mineralização é de extrema importância. Se os esforços físicos forem intensos, maiores serão as perdas, e muitas vezes elas não conseguem ser repostas. Os eletrólitos requeridos em maior quantidade são: o cloro (Cl), o sódio (Na), o potássio (K), o cálcio (Ca) e o magnésio (Mg) que devem ser suplementados na dieta. A administração deverá ser contínua, podendo ser realizada direto na ração, por ingestão forçada ou em cochos com livre acesso, neste último o animal dosará seu próprio consumo conforme a sua necessidade. Estima-se que o consumo médio varie entre 70 a 90g diários. Esta quantidade poderá ser influenciada pelo exercício e pelas condições ambientais.

Durante a competição ou em dias que antecedem a Vaquejada são necessários alguns cuidados com o manejo alimentar do cavalo atleta, evitando alterações, onde qualquer mudança deverá ser realizada com no mínimo três semanas antes da prova, para que o animal tenha tempo hábil para se adaptar. Durante o dia da competição, a alimentação à base de concentrado deve ser fornecida entre quatro e cinco horas antes do início da atividade física, além de água e volumoso, para que animal tenha o melhor desempenho. Caso o animal necessite estar disponível durante todo o dia de competição, o volumoso poderá ser ofertado à vontade.

O treinamento destes animais deve potencializar ao máximo o seu desempenho, de acordo com a sua atividade. O objetivo é promover o condicionamento físico dos sistemas cardiorrespiratórios e musculoesqueléticos, para que exerçam de forma adequada as suas funções.

Agregando os fatores da genética, nutrição, treinamento e manejo adequados, as chances do cavalo demonstrar todo o seu potencial e aptidão nas pistas serão maiores, o que pode consagrá-lo um grande campeão.

 

Fonte: Luzilene A. de Souza – Veterinária e Supervisora Técnica de Equinos no Nordeste, da Guabi.

 

 

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