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Andar a cavalo estimula mais de 1.800 vezes os músculos do corpo humano
Andadura do cavalo faz com que o praticante sinta melhora na autoestima, equilíbrio, postura e força muscular
Texto: Felipe Leonel
Andar a cavalo pode ser uma atividade extremamente benéfica para a saúde. Esta simples atividade pode estimular mais de 1.800 músculos do corpo humano, fazendo com que uma pessoa deficiente física sinta a mesma sensação de estar andando enquanto cavalga. Por este motivo, a equoterapia tem sido cada vez mais procurada para tratamentos de deficiências físicas e mentais.
Para Ana Julieta Pompeu de Barros, proprietária da Hípica Rancho Dourado, localizada na região do Porto, em Cuiabá, esta é uma atividade gratificante, além de benéfica, tanto para os pacientes como para a família. Ela explica que os praticantes chegam até a chorar no momento em que recebem alta.
“Com três meses já dá para notar uma diferença. A melhora ocorre em todos. Seria injusto falar de apenas uma pessoa. Uma coisa que os pacientes não gostam aqui é de receber alta. Eles até choram porque gostam muito. Realmente é uma atividade muito gratificante”, explica Ana Julieta.
Profissional de marketing, Ana Julieta conta que abandonou a profissão para investir no que realmente gosta ainda na década de 90, quando só existia o Parque de Exposições. Já a ideia da equoterapia veio através de um amigo terapeuta ocupacional, Jorcy Junior, com o propósito de atender a alta demanda para o tratamento alternativo.
Ana Pompeu explica que o rancho só aceita pacientes com orientação de um profissional médico ou psicólogo. As aulas têm duração média de 30 minutos e ocorrem uma vez na semana, geralmente aos sábados, com uma equipe de cinco profissionais (fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo e dois fisioterapeutas).
Ela observa que cada praticante é direcionado para a área que o médico que fez a avaliação indicar. “Um que tem paralisia tem que ser atendido pelo fisioterapeuta, porque ele iria montar junto com o praticante, fazendo os exercícios. E também tem o praticante que vai sozinho, acompanhado de uma psicóloga”, esclareceu.
Aproximação dos animais
Apesar de os animais serem extremamente dóceis, é comum o paciente ficar com receio de se aproximar, o que exige jogo de cintura por parte dos profissionais. Ela conta que certa vez uma criança com autismo se recusava de todas as maneiras chegar perto do cavalo.
Diante da situação, o terapeuta ocupacional Jorcy Junior teve que criar um recurso para realizar a aproximação, que foi dar banho no animal com ajuda da criança.
“O que fez a criança se aproximar foi o fato de o terapeuta criar esse recurso que foi o banho. Com isso, ela criou um vínculo grande com o animal e foi desenvolvendo, até que começou a montar no cavalo e participar das atividades”, relata.