Equoterapia; entenda como a relação com cavalos beneficia os humanos

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Equoterapia; entenda como a relação com cavalos beneficia os humanos

Projeto do Sindicato Rural de Aparecida do Taboado e do Senar/MS ajuda a população com o método terapêutico

A relação entre os humanos e os cavalos é antiga e está em vários setores da sociedade, que vão das atividades do campo até os mais variados esportes. De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), até mesmo para promover a inclusão social e o aumento da autoestima o cavalo tem importância, já que é utilizado como recurso terapêutico na equoterapia. “A técnica proporciona à pessoa com necessidades especiais e/ou deficiência o desenvolvimento de suas potencialidades conforme seus limites físicos e psicológicos”, afirma a Famasul. A prática une saúde, educação, equitação e trato do animal, possibilitando que o praticante se relacione melhor com as pessoas e o ambiente onde vive.

A equoterapia foi reconhecida como método terapêutico em 1997, pelo Conselho Federal de Medicina. De acordo com as recomendações da Associação Nacional de Equoterapia (ANDE-Brasil), o trabalho com a equoterapia deve ser realizado com uma equipe multidisciplinar, com no mínimo, três profissionais: equitador, fisioterapeuta e psicólogo. O atendimento só é indicado para pacientes aprovados por uma avaliação médica.

Centro de Equoterapia

Assim como acontece em Rio Brilhante e em Jardim, o Sindicato Rural de Aparecida do Taboado, em parceria com o Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, vem transformando a vida da comunidade local com a reabilitação de pessoas com necessidades especiais, por meio da equoterapia.

No início de 2016 o sindicato rural cedeu um espaço dentro do recinto de leilões para a implantação do Centro de Equoterapia que desde maio do ano passado está a galope, literalmente, que conta com uma estrutura própria para a atividade, com salas de atendimento, recepção banheiros adaptados, picadeiro, rampa baias e pastagens reformadas para atender a alimentação dos quatro cavalos que são utilizados na equoterapia.

De acordo com a Famasul, todos os colaboradores envolvidos no projeto são contratados pelo sindicato rural que recebe incentivos de empresas privadas do setor, como usina sucroenergética e frigoríficos parceiros, e também do apoio de produtores rurais da região.

O Centro de Equoterapia do Sindicato Rural de Aparecida do Taboado realiza de 30 a 40 atendimentos por semana, de segunda à sexta-feira em horários alternados. Cada sessão dura 30 minutos. Os profissionais atendem pacientes com paralisia cerebral, lesão medular, síndrome de Down, autismo, Síndrome de Noonan – considerada um tipo de nanismo, sequelas de cerebelite e dificuldades de aprendizagem.

Resultados promissores

A equoterapia é importante porque corrige postura, melhora equilíbrio, concentração, coordenação, auxilia no desenvolvimento da marcha, e ainda trabalha a mente, diz o Sistema Famasul. “A evolução depende muito de cada um, porém cada um apresenta um desenvolvimento, ganho de equilíbrio, melhora na escola tanto na leitura quanto na escrita, melhora de comportamento e ganho de força muscular. É uma alegria a cada relato, uma vitória, conquistas de que o meu trabalho está ajudando cada um de alguma forma”, diz a fisioterapeuta Bruna Félix Martins.

A iniciativa deu mais que certo. “Os resultados são promissores. No início atendíamos apenas os alunos da Associação de Pais e Amigos Excepcionais (Apae)  da cidade e passamos a auxiliar o tratamento também de quem é da comunidade. A demanda aumentou muito e em breve vamos contratar outro profissional de fisioterapia para o atendimento”, diz o presidente do Sindicato Rural de Aparecida do Taboado, Eduardo Sanchez. “Além disso, demos uma utilidade maior ao recinto de leilões sem que atrapalhe os nossos eventos. Esse é um grande projeto que beneficia a população graças ao Senar/MS e o produtor rural.”

Atividades integradas com cavalos

O Centro de Equoterapia é fundamental para o desenvolvimento das crianças da Apae, que careciam de atendimento especializado e atividades complementares para diminuir as habilidades deficitárias, que o ensino regular não supre. “Utilizamos técnicas didáticas e psicopedagógicas para estimular a motricidade e amenizar o déficit de atenção. São atividades integradas com os cavalos, argolas, cores, e claro que a família também é fundamental nesse apoio, tanto que ela é um agente colaborador da terapia”, explica a psicóloga do centro, Cristina Pires.

Equoterapia na prática

Plinio, três anos de idade, é um dos praticantes da equoterapia pela Apae. Ele tem paralisia cerebral. No nascimento faltou oxigenação no cérebro o que prejudicou seu desenvolvimento hoje, em especial a coordenação motora e a fala. “O Plinio chorava muito e não aceitava que outras pessoas fora da família pegasse ele no colo. Não falava nada e tinha déficit de atenção. Ele está lá desde o início do projeto e hoje já é perceptível a mudança no seu equilíbrio e até no manuseio com ele. E o mais importante é que já está falando algumas palavras e tem respondido aos nossos chamados com o olhar. Sou muito grata a eles todos pela evolução do meu filho”, diz a gerente administrativo e mãe do garoto, Cleonice Zeato.

Daniel Zanino Alves, 33 anos, também é um dos praticantes da equoterapia. Há um ano e meio ele sofreu uma lesão medular após um acidente de trabalho. “Eu perdi todos os movimentos e a sensibilidade dos mamilos para baixo. Hoje graças a Deus e à equoterapia já consigo relaxar os músculos, firmar o tronco e ter equilíbrio. Também estava com dificuldades para fazer as necessidades físicas e agora já estou tendo controle”, afirma Alves.

 

Fonte: SF Agro

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